quarta-feira, 19 de maio de 2010

Brasil, Irã – Guerra ao Terror

Se no filme ganhador do Oscar do ano passado, os responsáveis por desarmar explosivos usavam um belo traje protetor para realizar seu árduo trabalho, hoje, fora da ficção, vemos um país desprovido de qualquer armadura tentando realizar a mesma difícil tarefa de neutralizar uma bomba. Uma das grandes.

Lula, nosso presidente, esteve esta semana assinando um acordo junto a Irã e Turquia, compactuando para com uma válvula de escape na questão de nuclearização da nação iraniana. O Irã, para quem não sabe, criou um projeto de enriquecimento de urânio, que acarretou em várias sanções internacionais e a convivência com a constante ameaça de mais delas, tudo por conta do temor internacional de uma bomba atômica.

Através do acordo, Turquia e Brasil tentam limitar as sanções contra Irã, algo que a maioria das potências não concordam. Com razão, o governo do Irã tem um passado sujo demais para ter tal credito e mesmo ele concordando em enviar urânio para ser enriquecido em 20% (longe dos 95% de uma Enola Gay) na Turquia, o país continua com a idéia de nuclearizar também em seu território, dificultando negociações.

Apesar de parecer ter pouco resultado prático a atitude de Lula, o impacto publicitário foi desproporcional. Uma passagem rápida pelas principais News do mundo dá um panorama de quão bem recebido foi o ato do presidente brasileiro: “Muitos disseram que eles iriam falhar. Ao invés disso, os dois anunciaram o triunfo na segunda-feira 17 maio, apertando as mãos com Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano.” diz economist.com, “Estrela do brasileiro Lula brilha com acordo iraniano” anuncia o Associated Press, “A China saudou o plano de troca de combustível nuclear que o Irã anunciou após reunião com o Brasil e a Turquia” diz Reuters.

A crítica positiva, porém, parece ser temporária, como a própria cooperação iraniana. Todavia, pode durar até a vindoura eleição presidencial deste ano, que se Dilma ganhar, será pela pura publicidade do companheiro Lula. Publicidade esta que certamente fora o forte da carreira do presidente, mas não a confunda com forte diplomacia, até porque Luis Inácio perdera a maioria das apostas, foram poucos resultados para muitos apertos de mão.

Posso pecar em dizer, mas acredito, na minha humilde opinião, que Lula agora torce para que haja sanções. Claro! Com as sanções, se Irã construir uma bomba será por causa delas, se não construir, ótimo, o Brasil fez sua parte. Deste ponto de vista, caros, acabo enxergando a intervenção brasileira no Irã como enxergo o premiado filme do título: Apesar de falar sobre fatos reais sérios, não passa de ficção, entretenimento.

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