O ministério da saúde adverte: Se não estiver afim de ler besteira, não leia o texto.
Tenho sérios problemas com segundas-feiras. Ou não, talvez não sejam problemas e sim, constatações. O que acontece é que nas segundas, estou menos adaptado que no restante dos dias úteis ao meu trabalho alienado, logo penso mais sobre a vida e qual o sentido dela.
Geralmente começo a matutar sobre quanto é inútil o trabalho que tenho quando já estou nele, geralmente conferindo a contabilização de alguma nota fiscal. Hoje foi diferente, logo no ônibus, vindo ao trabalho com um pouco menos de sono que o normal, comecei a perceber as pessoas em volta: Duas meninas, uma sentada ao meu lado e outra de pé de frente dela, reclamavam das provas que teriam essa semana, provavelmente do curso de administração do qual não gostam, do qual fazem apenas para seguir a regra. Na minha frente duas senhoras, uma de uns 40 anos, pelas rugas no rosto, outra um pouco mais nova, mas também com jeito de quem já tem filhos e uma casa para cuidar, reclamavam do trabalho e do terror de segunda, já não viam hora de chegar o fim de semana, como se este fosse o único motivo de viver. Em um ponto entrou uma senhora já de certa idade, cabelos brancos, com uma expressão cansada, acho que iria trabalhar apesar da aparentar ter idade para estar aposentada. O ônibus estava lotado e ela parou do lado das meninas que conversavam sobre as provas, fiquei um pouco angustiado pelas meninas não darem o lugar a ela, pensei em levantar e ceder meu lugar, mas como estava no canto, nos bancos da frente e o próximo ponto estava perto, a senhora foi se espremendo para trás sem me dar a chance de ser gentil e tentar por um sorriso no rosto triste dela. Olhei para trás, não consegui enxerga-la, espero que alguma boa alma tenha cedido o lugar.
Inserido nesse cotidiano, vejo quão miseráveis as pessoas são do meu ponto de vista. Não as culpo por isso, afinal, dentro de suas (nossas) perspectivas não há muito o quê se fazer. No fim das contas, são até felizes com suas vidas como relata de maneira irretocável a célebre canção: Vida de gado, povo marcado, povo feliz. Quem destoa mesmo sou eu (desculpe-me se soei egocêntrico), que tento achar sentido para as coisas, sentido para tudo, até para a vida. Coisa inútil.
No primeiro episódio da sexta temporada de Dr. House, ele é internado contra a vontade em um manicômio, então passa a tentar de todo jeito encontrar um meio de sair de lá, gerando diversos planos mirabolantes. Num deles, quando ele é pego pelos enfermeiros e levado para o quarto para ser trancafiado, seu companheiro de quarto diz uma coisa que ecoou na minha cabeça pelo contexto: Thinking sucks.
Realmente, pensar é uma merda. Pensar na vida então? Um troção seco, daqueles que arranham seu brioco todo. Pensar na vida é lembrar que ela é efêmera, é lembrar que somos apenas mais uma das bilhões de pessoas que existem na terra, sem motivos, sem objetivos, que somos apenas poeira das estrelas, como diria algum poeta ou astrofísico, talvez. Pensar na vida não a faz melhorar, só nos faz aborrecer.
Sorte de quem consegue não pensar na vida, o que não é meu caso. É minha sina pensar bobagens demais. Um dia talvez, isto me ajude de alguma forma. Enquanto este dia não chega, vou tocando em frente minha vidinha de gado, amanhã certamente já não pensarei tanta besteira.
PS.: Siiiiim, eu sei de tudo aquilo, que tem o paraíso e tal, que você vai para o céu, por isso toda essa vidinha medíocre que você leva valerá a pena no fim das contas. Tá certo, isto tudo aí é real, não é apenas besteira inventada para anestesiar a dor de saber que nossa consciência deixará de existir um dia.
Tenho sérios problemas com segundas-feiras. Ou não, talvez não sejam problemas e sim, constatações. O que acontece é que nas segundas, estou menos adaptado que no restante dos dias úteis ao meu trabalho alienado, logo penso mais sobre a vida e qual o sentido dela.
Geralmente começo a matutar sobre quanto é inútil o trabalho que tenho quando já estou nele, geralmente conferindo a contabilização de alguma nota fiscal. Hoje foi diferente, logo no ônibus, vindo ao trabalho com um pouco menos de sono que o normal, comecei a perceber as pessoas em volta: Duas meninas, uma sentada ao meu lado e outra de pé de frente dela, reclamavam das provas que teriam essa semana, provavelmente do curso de administração do qual não gostam, do qual fazem apenas para seguir a regra. Na minha frente duas senhoras, uma de uns 40 anos, pelas rugas no rosto, outra um pouco mais nova, mas também com jeito de quem já tem filhos e uma casa para cuidar, reclamavam do trabalho e do terror de segunda, já não viam hora de chegar o fim de semana, como se este fosse o único motivo de viver. Em um ponto entrou uma senhora já de certa idade, cabelos brancos, com uma expressão cansada, acho que iria trabalhar apesar da aparentar ter idade para estar aposentada. O ônibus estava lotado e ela parou do lado das meninas que conversavam sobre as provas, fiquei um pouco angustiado pelas meninas não darem o lugar a ela, pensei em levantar e ceder meu lugar, mas como estava no canto, nos bancos da frente e o próximo ponto estava perto, a senhora foi se espremendo para trás sem me dar a chance de ser gentil e tentar por um sorriso no rosto triste dela. Olhei para trás, não consegui enxerga-la, espero que alguma boa alma tenha cedido o lugar.
Inserido nesse cotidiano, vejo quão miseráveis as pessoas são do meu ponto de vista. Não as culpo por isso, afinal, dentro de suas (nossas) perspectivas não há muito o quê se fazer. No fim das contas, são até felizes com suas vidas como relata de maneira irretocável a célebre canção: Vida de gado, povo marcado, povo feliz. Quem destoa mesmo sou eu (desculpe-me se soei egocêntrico), que tento achar sentido para as coisas, sentido para tudo, até para a vida. Coisa inútil.
No primeiro episódio da sexta temporada de Dr. House, ele é internado contra a vontade em um manicômio, então passa a tentar de todo jeito encontrar um meio de sair de lá, gerando diversos planos mirabolantes. Num deles, quando ele é pego pelos enfermeiros e levado para o quarto para ser trancafiado, seu companheiro de quarto diz uma coisa que ecoou na minha cabeça pelo contexto: Thinking sucks.
Realmente, pensar é uma merda. Pensar na vida então? Um troção seco, daqueles que arranham seu brioco todo. Pensar na vida é lembrar que ela é efêmera, é lembrar que somos apenas mais uma das bilhões de pessoas que existem na terra, sem motivos, sem objetivos, que somos apenas poeira das estrelas, como diria algum poeta ou astrofísico, talvez. Pensar na vida não a faz melhorar, só nos faz aborrecer.
Sorte de quem consegue não pensar na vida, o que não é meu caso. É minha sina pensar bobagens demais. Um dia talvez, isto me ajude de alguma forma. Enquanto este dia não chega, vou tocando em frente minha vidinha de gado, amanhã certamente já não pensarei tanta besteira.
PS.: Siiiiim, eu sei de tudo aquilo, que tem o paraíso e tal, que você vai para o céu, por isso toda essa vidinha medíocre que você leva valerá a pena no fim das contas. Tá certo, isto tudo aí é real, não é apenas besteira inventada para anestesiar a dor de saber que nossa consciência deixará de existir um dia.