quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Eleições 2014 - Primeiras impressões.

Pus no papel aqui minha primeira visão dessas eleições. É uma visão bem humilde, sem muito conhecimento, como acho que é a da maioria dos eleitores, mas acho interessante ter algum debate político de vez em quando entre um papo e outro sobre novelas e relacionamentos.

Eu ainda quero pelo menos ler o plano de governo dos principais candidatos do executivo antes de falar em quem vou votar. Quero também assistir a algumas sabatinas e debates e ler algumas entrevistas em jornais. Horário eleitoral, com todo aquele trabalho de publicitários meia boca e sem nenhum conteúdo importante, eu prefiro pular.

Vamos ao que interessa.

Presidente:

Presidente é sempre o cargo que está mais em foco, por motivos óbvios. Em 2010 votei na Marina Silva. Achava suas ideias mais conciliadoras, indo além das acusações partidárias comuns entre PT/PSDB, achava ela também mais idealista (inocente? talvez) e também pensava que seria bom que o próximo a governar o país fosse alguém fora do eixo PT/PSDB que vinha a frente do país há 16 anos (agora 20).

Como sabemos, Dilma foi eleita e agora está tentando a reeleição. Serra (até que enfim) saiu do pleito de presidente e abriu espaço para Aécio. Marina tentou fundar seu partido (Rede Sustentabilidade), mas não conseguiu e acabou se filiando e tornando vice da chapa do PSB, de Eduardo Campos, que morreu e deixou a vaga de candidato para ela. Abaixo vou falar um pouco de cada um:

Dilma:
A Dilma a gente já sabe mais ou menos como funciona. Na visão de estudante de economia, seu mandato foi bem ruim: as medidas de seu ministro da fazenda, Guido Mantega, foram confusas; o tripé macroeconômico (superávit primário [o governo recolher mais do que gasta sem contar as despesas financeiras], metas de inflação e câmbio flutuante) foi fortemente corrompido; houve a tentativa de baixar a taxa básica de juros vertiginosamente que falhou feio e a fez subir a patamares ainda mais elevados do que estava; temos visto manobras fiscais para maquiar a inflação, como a medida de represar os preços de combustível e energia elétrica nesse final de mandato; houve benefícios fiscais dados para setores específicos, o que pode gerar/gerou um desequilíbrio no mercado; e tudo isso fez com que a confiança dos investidores caísse bastante e a inflação ameaçasse sair do controle novamente. De positivo, que eu me lembre, há a taxa de desemprego menor da história. Do mais, foi uma gestão bem parada, sem nenhuma reforma das quais todos os políticos prometem e nunca fazem (tributária, previdenciária, política, agrária e por aí vai) e nenhuma grande mudança ou criação. O PAC que era a principal proposta em 2010 meio que caiu no limbo.

Como candidato 2014, tanto ela quanto os outros tiveram ainda pouco espaço para mostrar a que veio. Ainda foram poucas entrevistas e nenhum debate. Nessa primeira entrevista que ela deu no JN achei a retórica dela bem fraca, como em 2010, porém dessa vez ela é quem está no poder, por isso é mais sensível do que era na última eleição. O ponto principal da entrevista, o qual, a meu ver, pode fazê-la perder a eleição se o forçarem, é a questão do mensalão. Ela ficou na defensiva quando citaram o mensalão, que é algo que todos nós odiamos, em vez de tomar uma posição contra os acusados. Um simples “se foi culpado, tem que ser punido, pois é assim que funciona no meu governo” cairia bem, porém ela preferiu dizer que não comenta decisões do judiciário por ser presidenta, o que, para mim, foi uma tremenda de uma migué.

Aécio:
Aécio parece ter no currículo um bom mandato de governador de Minas Gerais, apesar de que, como a maioria absoluta dos políticos, põe em sua conta mais do que realmente fez (geralmente a gestão do executivo é supervalorizada, eles não fazem tanto quanto dizem que fazem e nem desfazem tanto quanto a gente diz que eles desfazem, mas sim, eles têm lá sua importância que não é pequena). Eu sinceramente não conheço muito do candidato até agora, vou procurar me informar mais daqui para frente, como dito no título.

Sobre as polêmicas (muito úteis no meu ponto de vista) de que ele cheira ou que enche a cara, ou que sei lá, é um illuminati, eu acho que se é na vida pessoal dele é problema dele. Eu não acho interessante pôr isso em debate, ainda mais se não é fato comprovado. Esse tipo de bobagem só faz com que o tempo que seria interessante para discutir propostas e as ações que os candidatos realmente pretendem tomar seja destinado para ataques pessoais (que geralmente é só o que a maioria de vocês aí sabem comentar sobre, veem videozinhos ou textinhos no facebook e já começam a falar bosta, tanto da Dilma quanto dos outros candidatos, sendo que as coisas importantes ninguém se interessa).

Na entrevista dele ao JN achei que foi o candidato com a melhor retórica dos três.

Marina:
Sobre a Marina já falei um pouco lá no começo. Gosto dela desde 2010 e não mudou muita coisa desde lá. O que eu enxergo nela de contra é: ser evangélica, já que discordo da maioria das posições dos evangélicos e o discurso de que deus isso e deus aquilo me incomoda um pouco; o excesso de foco no meio ambiente (acho importante à preocupação com o meio ambiente, mas preocupação excessiva meio que torna a coisa toda um pouco forçada); a ida para o PSB, já que alguns ideais do partido iam contra os ideais dela e mesmo assim ela se enfiou lá, o que a fez parecer oportunista e que pode ser um fator que os adversários usarão contra ela (sobre Eduardo Campos, conhecia pouco também, mas pela entrevista ao JN me pareceu um cara bem banana, ia pesquisar mais afundo também daqui para frente); e por último, a retórica dela que é bem fraca, ela é enrolada demais para falar.

Marina ainda continua sendo minha primeira opção, já que ainda acho que seria interessante a presidência sair do eixo PT/PSDB e ainda a acho uma pessoa com ideais menos entupidos de interesses partidários escusos, com uma visão mais moderada das coisas.

Governador:

Para governador eu votei no Skaf em 2010, pois aqui no estado o PSDB já vinha comandando fazia algum tempo com pouca eficiência, eu não era lá muito fã de candidatos petistas e o Russomano para mim não se diferenciava muito de qualquer outro famosinho que se candidata. Na época o currículo do Skaf tinha meio que me impressionado e ser presidente da Fiesp parecia uma grande coisa para um futuro governador.

Alckmin então foi eleito novamente e mais 4 anos se passaram. Eu me nego a votar em Alckmin nem que eu tenha que votar no candidato do PCO. Uma das coisas mais interessantes da democracia é o fato da gente ter o poder de mudar de liderança quando vê que a coisa não está saindo do melhor jeito possível. Infelizmente isso não acontece aqui em SP. Muito se deve, eu acho, ao fato da maioria dos paulistas não gostar lá tanto do PT e por isso votar no seu rival maior e direto, o PSDB. Mas essa estratégia já deu.

Dizendo isso, agora exponho que pela pesquisa que eu vi, o Alckmin tem 55% das intenções de voto. Bom, eu acho que a população deve estar gostando muito mesmo das melhorias que estão havendo no estado. Ou a tática de “não vou fazer muita coisa, mas vou me manter longe dos holofotes negativos” seja realmente a estratégia suprema das eleições.

Mas eu até entendo os eleitores do PSDB, as opções lá não são muito cativantes. O que salva um pouco aqui é o Skaf, porém ele tem lá seus contras também: Saiu do PSB e se filiou ao PMDB que, a meu ver, é o partido mais manipulador da política brasileira; a Fiesp, a qual ele preside, geralmente aponta umas opiniões meio bestas em relação a economia, sempre culpando o governo e o câmbio flutuante pela baixa produtividade da indústria (muito lobby e pouco planejamento); ele é um empresário e presidente da federação das indústrias, certamente deve mais favores a empresários do que é desejado para um governador. Apesar de tudo isso ainda parece ser um melhor candidato.

Enfim, votar em um governador está bem difícil também. Pretendo correr atrás de maiores informações.

Senadores, Deputados Estaduais e Federais:

Eu quero escrever com mais tempo sobre esses cargos depois, com uma visão mais ampla da estrutura política que temos hoje.

Só uma curiosidade. Temos em São Paulo apenas 2121 candidatos a deputado estadual de 32 partidos diferentes. Vai fazendo uma análise aí desses poucos candidatos, para “votar certo” como pregam os de bons costumes.

Um comentário:

  1. Muito legal, parabéns pelo texto....Vc sempre surpreendendo...Eu que ainda tenho que pesquisar e muitos sobre meus candidatos, concordo contigo em alguns pontos.........Com certeza seu texto "iluminou" um pouco minha mente...obrigada!!!! (aguardo seu texto sobre os senadores e deputados)

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