quarta-feira, 11 de abril de 2012

Breve ensaio sobre a crise grega

Reproduzo abaixo um relatório sobre a crise grega solicitado pelo meu professor de finanças. É bem curto e mal redigido, mas é de coração


A Grécia está em uma verdadeira “sinuca de bico”. Mesmo com a ajuda financeira da União Européia (UE) não tem conseguido reduzir sua dívida pelo menos até níveis aceitáveis. E olha que a ajuda não foi pouca: 110 bilhões em pacotes de resgate financeiro em 2010, 109 em 2011 e agora mais 130 por empréstimo e perdão de 100 bilhões em dívidas com bancos privados, ainda assim, o cenário é horroroso.

A pergunta que fica é: Como a situação chegou a níveis tão assustadores?

A Grécia vinha em ascensão econômica até 2008, inclusive com o PIB crescendo mais que a média da UE. Porém, em 2008, com a crise mundial de crédito, muitos problemas até então maquiados foram expostos e a economia grega mostrou toda sua fragilidade. O país gastou muito mais que podia na última década, virando refém de crescente dívida, enquanto sua arrecadação era afetada pela evasão de impostos comumente praticada por lá. Vale ressaltar que boa parte do excesso de gastos foi para que acontecesse a olimpíada de 2004, que deixou legados físicos abandonados e dividas até hoje, que isto sirva de exemplo para o Brasil.

Com a divida crescente, a evasão fiscal, altas nas taxas de desemprego e desconfiança dos investidores, a Grécia viu-se adentrar numa grave crise, sendo obrigada a pedir a ajuda da UE. A ajuda veio conforme citado no primeiro parágrafo, porém não foi suficiente. A Grécia ainda tentou e tenta implantar medidas de austeridade como aumentar impostos, diminuir aposentadorias, congelar salários de funcionários públicos e demitir parte deles. Medidas que por sinal foram muito mal recebidas pela população, gerando diversas greves e conflitos no país.

Este cenário grego caótico coloca em xeque também a UE, que de certa forma é responsável por agravar a crise, pois se a Grécia tivesse moeda própria, poderia implantar medidas que desvalorizassem esta moeda favorecendo exportações, também se tivesse controle da taxa de juros poderia diminuí-la, aquecendo a economia. Mas não tem, quem tem é a UE, e se esta não tiver capacidade de lidar com a crise grega, também corre risco de ir para o mesmo buraco, pois países como Portugal, Irlanda e até mesmo a Espanha já dão sinais de que poderão precisar de sua ajuda.

Concluindo, a Grécia é um exemplo de má administração pública por todo o desleixo com seu orçamento e controle fiscal, porém que teve uma punição dura até demais, pagando o preço por entrar em uma união econômica e utilizar de sua moeda. Sua recuperação põe em jogo toda a estrutura dessa união e depende muito do apoio da população ao estado. O país fatalmente sofrerá nos próximos anos, mas é sua única opção. Caso fracasse, corre o risco de ser obrigada a deixar a UE, perder o crédito que ainda lhe resta e ver seus bancos quebrarem, sem dinheiro para os correntistas. Tudo isto acarretaria uma falência total.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tácale pau nesse comentário, marcos.