sexta-feira, 27 de abril de 2012

Observar e Absorver – Eduardo Marinho.

O vídeo “Observar e Absorver” de Eduardo Marinho é uma crítica completa ao ideal capitalista dos últimos séculos.



A alienação do homem, teorizada por Marx, nunca foi tão visível como nos dias de hoje. As pessoas já pouco lutam contra esta alienação, aprenderam a conviver pacífica e passivamente com os malefícios do capitalismo, não tendo mais nem mesmo o trabalho de refletir sobre o assunto. Nesse panorama aparece Eduardo Marinho, um “artista útil” que, acima de tudo, exerce sua função de ser pensante.

Em pouco mais de dez minutos, Eduardo filosofa sobre a sociedade, suas necessidades, falhas e desequilíbrios de forma emblemática. Mais que um crítico externo, o rapaz se submeteu a ir viver na rua, no resto, como ele mesmo diz, para assim seguir seus ideais e ser um pouco mais livre.

Eduardo fala sobre assuntos que não são novos, mas que hoje são tidos como devaneios, coisas que já não compensam mais ser debatidas. O vídeo ganha ainda mais propriedade por ser local e contemporâneo, nele são expostas mais que teorias ensinadas em aulas de sociologia, são expostas experiências vividas por um brasileiro e a lição que este conseguiu tirar delas.

Achei algumas opiniões de Marinho até um pouco exageradas, mas como ele mesmo escreve em um cartaz, “loucos abrem caminhos que mais tarde serão percorridos pelos sábios”, ou seja, ás vezes é preciso que alguém seja um pouco agressivo em demasia sobre um tema para que assim, sejam abertos precedentes para discussão dele. E é este, a meu ver, o objetivo central do texto: Instigar a reflexão e a discussão sobre os temas abordados. Espero que o vídeo consiga cumprir seu objetivo, pois concordo com Eduardo, a sociedade tem muita coisa errada e precisa de gente reflexiva em todos os seus meios.



Abaixo algumas frases que aparecem no vídeo e que se sustentam por si só:

“Privilégio come direito.”

“A necessidade é abstrata.”

“Não quero que minha vida seja usada para a manutenção desse estado da sociedade. Eu não sei o que eu vou fazer, mas sei o que não vou fazer.”

“Loucos abrem caminhos que mais tarde serão percorridos pelos sábios.”

“Que vencedor que nada, não estou aqui para competir.”

“Enquanto houver essa estrutura partidária no país, não haverá democracia.”

“Rico é muito inseguro, o que é natural, afinal depende de pobre para tudo.”

“É engraçado falarem que a sociedade tem oportunidade para todo mundo, que pobre é pobre porque é incompetente. (Mentira) A competência do pobre foi cassada no ensino.”

“Não queria mais depender dos meus pais, estava com diferenças ideológicas muito grandes com eles.”

“Nunca aceitei a pecha de rebelde, não sou rebelde, apenas o que a sociedade me oferece não me satisfaz.”

“Artista reflexivo é raridade, como é raridade gente reflexiva em qualquer meio.”

“Tem benefício material que não vale o prejuízo moral.”

“A solidariedade para eles (a elite) é grupal, são eles, o grupo deles, contra o resto. O resto somos nós e eu prefiro fazer parte do resto, porque [...] minha pobreza é a minha riqueza e, nessa sociedade competitiva, a minha derrota é a minha vitória.”

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