segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Impressões Novo Enem


Confesso que sai da sala 8 do bloco B no domingo um pouco angustiado. O segundo dia do Enem realmente fora cansativo, até mais que o imaginado, pois mesmo tendo o feito já no sábado, a prova de domingo conseguiu superar qualquer preparo prévio.
No segundo dia foram 90 questões que, simplificando, eram de português e matemática mais a redação. Para a redação foi disponibilizado uma hora além das quatro de costume, ou seja, cinco horas de exigido raciocínio. Cansativo? Além do suportável, porém mesmo cinco horas não foram suficientes para que eu conseguisse terminar o questionário de modo adequado. Dei uns dez a quinze chutes cegos.
Acredito que em relação à geral, ainda me sai bem. Dos muitos colegas que participaram a grande maioria, para não dizer todos, constataram-me que metade das respostas veio de palpites, nada de inesperado.  As intermináveis páginas, cada uma com duas ou três questões e textos relativamente grandes, eram um desafio a superar, um tédio. Quando as letras começaram a embaralhar-me as vistas, veio o pensamento: Será que havia sido previsto, pelo ministério da educação, tamanha dificuldade e cansaço? Era essa a proposta, uma prova de resistência psicológica e raciocínio rápido? Bom, se era, foi direcionada para  público alvo errado!
O ensino da escola pública brasileira é de indubitável baixa qualidade. Como prova viva disto, vi no Enem um quebra-cabeça muito além do que temos a capacidade de montar. Talvez, na concepção de Haddad, esta dificuldade da prova seja um meio de tornar explícita a real situação da educação no país e assim, de feridas a mostra, buscarmos um meio de melhorá-la. A impressão que me fica, no fim das contas, é que o Novo Enem é um importante passo para a educação brasileira, se não é diretamente na melhora de qualidade, ao menos serve para a análise mais aprofundada dos problemas geralmente maquiados por motivos políticos. O novo Enem não é a solução, mas faz a busca por ela torna-se um pouco mais fácil.

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