sábado, 26 de dezembro de 2009

Seres do Céu, Eywa e Avatar

Atenção! O post está infestado de spoillers do filme Avatar. Para os que ainda não tiveram o prazer de assistir o filme, recomendo que o assistam antes de ler.



Esse tal James Cameron é mesmo um talento diferenciado! Foi-se Terminator, Titanic e agora o lindíssimo Avatar, todos frutos de uma dedicação louvável do rapaz. Seu último, o dito Avatar, é um dos filmes mais bonitos que já vi, tanto do ponto de vista estético (3D LOL), quanto do narrativo. É impossível não se emocionar com o drama Na'vi (os humanóides extraterrestres do filme), com a devastação do habitat natural deste sábio povo em prol do extrativismo capitalista. É de cortar o coração, e infelizmente é uma realidade, não chega a ser do grau interplanetário, mas que o extrativismo está descontrolado isto sem dúvidas!
Juro. Quando vi a cena da derrubada da grande árvore pensei estar vendo o desmatamento amazônico na tela. Mas no lugar da grande árvore, via centenas delas. No lugar dos Na'vi, via uma variedade imensa de animais, muitos deles presentes apenas aqui no Brasil. Na minha fértil imaginação, apenas uma coisa permaneceu do mesmo modo do filme: A sociedade capitalista inconseqüente causadora de todo este transtorno.
Ouvi em todos os meios de telecomunicação que este foi o ano em que menos se desmatou a Amazônia deste que começaram as estatísticas, mas em poucos meios ouvi dizer que continua sendo desmatada uma área do tamanho do Morumbi por dia. A redução do desmatamento não pode ser apenas uma justificativa para a poluição desenfreada da sociedade. A sustentabilidade, tão citada por políticos e afins, tem de ser mais que á mera retórica comum nos discursos. Só assim conseguiremos conciliar a atividade industrial com o ciclo natural do planeta. O difícil é mudar nosso estilo de vida e abdicar do capital provido da devastação.
Como toda boa narrativa, Avatar tem um final feliz. No final das contas, os seres azuis conseguem, com a ajuda de Eywa, expulsar os humanos e sua corporação de Pandora e reconstruir sua perfeita sociedade. Infelizmente, no mundo real não temos a mesma consciência dos Na’vi da importância da natureza e nem a mesma dedicação em protegê-la, o que pode custar nosso final feliz. Para os pessimistas, realmente não podemos alterar os hábitos das grandes “enterprises” que dominam o sistema e fazem a maior parte da sujeira, mas se mudarmos nossos próprios já teremos algum resultado, só não podemos largar mão. Afinal quem está por trás do “monstro invisível” se não nós?

Ref.:
     As estatísticas do desmatamento amazônico foram retiradas de Imazon e G1;
     Para saber mais sobre a sustentabilidade pode-se acessar Portal da Sustentabilidade ou Planeta Sustentável;
     Enterprises, palavra inglesa, refere-se a Empresas ou Corporações;
     Monstro Invisível é uma referência a música homônima d'O Rappa.

Um comentário:

  1. Bom.. Muito bom e muita verdade. Força ai
    A verdade será a liberdade PAZ

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