quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ensino Superior Privado: Os alunos farão à diferença.

Um breve ensaio sobre as questões da educação no Brasil para as classes C, D e E.

Basicamente, o desenvolvimento de mercado de bens duráveis é tido sempre na seguinte ordem: Quantidade depois qualidade. Primeiro você vende o máximo que pode para todos, quando vê que todos já possuem seu produto, tenta criar algo melhor para substituir aquilo que já vendeu. Logo se percebe que o melhor incentivo para o avanço em qualidade destes produtos é a saturação do mercado. Felizmente, tratando-se de ensino superior privado, isto vem acontecendo.

Faça uma estatística de quantas pessoas cursavam graduação em 2000 e quantas cursam agora. Não tenho dados, mas arrisco dizer que a diferença é enorme. O mercado de educação superior se expandiu e com ele cresceram as opções. Se antigamente você, aluno de escola pública, de classe C ou menor, só tinha a opção de cursar ou não graduação na faculdade mais próxima e ainda assim com muito custo, hoje seu leque de opções é muito maior.

E quando podemos escolher, claro, tendemos para o melhor. E como definir qual universidade é melhor? Instalações? Sim. Corpo docente? Sim. Nível intelectual dos alunos e futuros colegas? Esse, sem dúvida, é o grande diferencial. Por que? Se a média de uma classe, em uma escala de 0 a 10, é 5, a classe é considerada mediana, se a classe é mediana, terá um ensino mediano, com um professor exigindo apenas o mediano e os alunos se tornaram profissionais medianos. Fato, indiferente do nível do professor, da qualidade das instalações, o que define seu aprendizado é você... quando você estuda em particular. Se você está em uma sala com 50 pessoas, o que define o aprendizado sois vós, 50 alunos, você terá de acompanhar sua classe e, fatalmente, poderá ter sua capacidade sub-aproveitada caso a sala esteja inferior ao seu nível.

Logo, a melhor medida para uma universidade se destacar é a seleção do aluno pela sua capacidade intelectual. Não dá para ela selecionar alunos por sua capacidade financeira, cobrando preços muito altos, pois se o futuro estudante é provido de um grande capital financeiro, certamente ele estudou em escola particular até ali e fará uma universidade federal. Também não dá para a faculdade simplesmente aceitar qualquer um que possa pagar as mensalidades, como acontece hoje, já que, como foi dito, a partir de agora temos escolhas e se vermos que uma instituição se nivela por baixo, certamente não será escolhida, ou será apenas pelos piores alunos, tendo cada vez menos prestígio.

Esta medida, se utilizada pelas universidades privadas, também influenciaria no ensino precedente ao superior. Pois hoje, o ensino superior privado é nivelado e não exige muito para ser alcançado, financeira e intelectualmente, logo, para o aluno que cursa ensino fundamental e médio em escola pública, tanto faz estudar muito ou pouco, pois o que lhe espera é, todavia, o mesmo nível de educação superior. Se fizermos com que as faculdades privadas tenham escalas produzidas através da disposição intelectual de seus alunos, incitaremos maior aplicação destes. Por exemplo, tendo as universidades A, B e C, onde A tem um vestibular muito difícil, B médio e C fácil e todas cobram o mesmo valor de mensalidade, um aluno que objetiva ser um grande profissional certamente gostaria de cursar sua graduação na universidade A, pois, pela teoria aqui exposta, é a melhor, e para cursar nesta universidade ele precisaria apenas estudar mais, não necessariamente ganhar mais.

Claro, há alguns ou vários “poréns” que entravam o desenvolvimento da educação nestes moldes. Mas acredito que, no geral, este seria um grande avanço na busca por uma educação de qualidade para todos.

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