terça-feira, 16 de agosto de 2011

FIAT - ISTOÉ Dinheiro

Acho interessante postar esta entrevista pelo pensamento bem fundamentado do presidente da Fiat, da importância de exportar tecnologia. Países europeus são pequenos e frios, mesmo assim são ricos. Por que será?



Entrevista
“Seremos exportadores de tecnologia”
O presidente da Fiat do Brasil, Cledorvino Belini, diz que pesquisa e desenvolvimento são uma prioridade para a subsidiária do grupo italiano


É consenso entre as montadoras que desenvolver tecnologias próprias determinará o futuro do setor. O que a Fiat tem feito nesse sentido?
Nos últimos anos, nosso centro de pesquisa e desenvolvimento contratou 1,2 mil engenheiros e recebeu US$ 300 milhões para aprimorar, localmente, a tecnologia dos modelos produzidos no País. Decidimos que não queríamos ser apenas líderes em um grande mercado automobilístico, que neste ano deve ser o quarto ou quinto do mundo. Precisamos ser criadores e exportadores de tecnologia automotiva. Isso vale não só para a Fiat, mas para todas as montadoras que atuam no Brasil.
Mas essa regra vale para todos os setores...
Sim, mas a indústria automobilística brasileira tem mais de 60 anos de história. Temos condições, e já é hora, de exportar mais do que carros. Temos de ensinar ao mundo aquilo que aprendemos a fazer muito bem. Dentro dessa lógica, precisamos buscar cada vez mais materiais leves e seguros para nossos veículos. Estamos agora em quatro pessoas dentro de um carro que pesa uma tonelada. Juntos, nós pesamos cerca de 350 quilos. Isso precisa ser resolvido. Não precisaríamos de tanto peso para nos carregar.
Historicamente, desde o modelo 147, que apresentava problemas iniciais de fabricação, nos anos 1970, a questão da qualidade é uma preocupação da Fiat, correto?
A melhoria da qualidade dos automóveis é uma busca constante e sempre será. Olhando para o passado, a boa aceitação dos sucessores do 147 no mercado nacional, principalmente com a chegada do Uno em 1984, mostrou que a questão da qualidade havia se tornado uma prioridade para a Fiat. A partir de então, sempre saímos na frente quando o assunto era inovação. Adotamos uma postura ousada de mercado. Fomos os primeiros a lançar o motor transversal, a desenvolver uma picape a partir de um carro de passeio, o Fiat Fiorino, a lançar airbag de série, a oferecer turbo original de fábrica, assim como os primeiros a fazer veículos com tração locker, entre inúmeras outras inovações.
O mercado automotivo deverá continuar crescendo forte e atingir seis milhões de unidades até 2015 e novas marcas chegarão. Como garantir a liderança? 
Nós gostamos de ser líderes, mas não é só isso que define os nossos planos para o futuro. Na indústria, os planos são sempre de longo prazo. Se eu encomendar uma prensa hoje, para ampliar a produção, essa máquina será entregue daqui a dois anos. Nosso primeiro foco é o cliente, com produtos de mais qualidade. O segundo são nossos trabalhadores, que fazem da Fiat o que ela é hoje. A terceira prioridade é o relacionamento. Qualquer um dos 25 mil funcionários da Fiat tem um canal de comunicação direto comigo. Eles mandam e-mails, e eu respondo. Fazendo isso, a liderança será consequência natural. 

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