terça-feira, 20 de abril de 2010

Qual o papel da imprensa na democracia?

Antes de analisar a proficuidade da imprensa atual, devemos primeiramente identificar o atributo predecessor: O que anseiam os veículos de imprensa? O que é profícuo a eles? A motivação destes não se difere da maioria, este é o problema, da imprensa e da democracia. Ambos tornam-se inúteis se o importante, comum e unicamente importante, é o capital.
O papel da imprensa seria, como disse nosso atual presidente em entrevista a UOL, o “de ser o grande órgão informador da opinião pública” e a imparcialidade neste processo deveria ser abundante, como também afirma Lula: “essa informação pode ser de elogios ao governo, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos”.
Infelizmente, os veículos de imprensa para sobreviver em seu meio de concorrência canibalesca, necessitam de ênfase. A necessidade e a ganância de conseguir lugar de destaque fazem-los recorrer ao extremismo da informação, depreciando o valor intelectual da mensagem e ostentando o emocional, na grande maioria das vezes, negativamente.
Somando a atuação sensacionalista de nossa imprensa com a conduta amoral de nossos líderes: ‘habemus circenses’. A estirpe política inescrupulosa, corrupta e geniosa é prato cheio para multiplicar os “feitos” midiáticos, que a cada dia desvenda mais sujos esquemas de desvio, de conduta ou dinheiro. Mas este boom de revelações tornou-nos céticos, a rotina auferida de sujeiras políticas já é comum e aceita, acomodamo-nos, e o papel da imprensa jaz desnecessário.
Claro que, em meio a imprensa comercial sensacionalista há sempre bons jornalistas e estudiosos do assunto, que anseiam a busca e a disseminação de informação de qualidade, imparcial. São relativamente poucos, mas com a elevação da estrutura social comum, o conhecimento e a curiosidade brasileira tendem a aumentar e a buscar novos caminhos, assim, retirando a atenção do motivacional coagido e voltando-a para o intelectual livre.

3 comentários:

  1. Há alguns pontos, caro blogueiro, que necessitam de um apuramento mais rigoroso.

    Primeiro, a imprensa não nasce na democracia, e a democracia existe independentemente da imprensa. Mas isso é desimportante nesta discussão.

    O sensacionalismo, a que você se refere, já foi muito discutido e ainda será. A meu ver - que, você sabe, é uma visão conservadora, ou menos apocalíptica - trata-se, o mais das vezes, de uma posição individual, do próprio jornalista.

    O jornalismo move a sociedade, isto é, ele pauta o que o cidadão diz e faz na sociedade. Portanto, por que não pensar que o sensacionalismo é uma arma também de comoção? O recado, no caso, em relação à corrupção, é: "Mexam-se, eles estão nos roubando!!!". Tratei disso no artigo "O cotidiano da imprensa e a corrupção do cotidiano", publicado no Observatório da Imprensa (você também encontra no Letra Armada).

    Caro, não há imparcialidade. O jornalista imparcial é aquele desprovido de desejos, de paixões, de qualquer sentimento - não é, portanto, humano.

    Você, como pretenso economista, deveria ler um revelador livro de nome "Vícios privados, benefícios públicos?", do economista Eduardo Giannetti.

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  2. Expressei-me mal se passei a sensação de acreditar num mutualismo entre imprensa e democracia. Apenas tentei enfatizar o fato dos dois terem um mesmo problema: O capitalismo descontrolado.
    Sim, sensacionalismo é uma arma de comoção, mas a utilidade desta comoção é pífia, tanto quanto a qualidade da notícia sensacionalista atual. Pense comigo Anderson, sei que você é bom nisso: Precisamos de ignorantes vibrantes ou de intelectos frios? Seu tão adorado FHC se enquadra em qual perfil? Vibração, comoção, motivação sem ter uma meta, é anarquismo ingênuo e bufão. “Mexam-se, eles estão nos roubando!!!” O que espera que o ignorante povo faça?
    Precisamos de conhecimento mais que motivação, ou paixão, ou medo, ou raiva. Leia a reportagem da UOL que lhe passei, o Brasil, segundo jornalistas cultuados da BBC, pecam por excesso de amabilidade e por falta de pesquisas.
    Sim, os homens por trás do jornalismo não são imparciais, mas o jornalismo, em si, é! Ou ao menos teria de ser.

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  3. Há um engano, apesar de ambos não necessitarem um do outro, é na coexistência que jornalismo e democracia chegam ao máximo que se pode esperar de perfeição.

    O papel da imprensa, numa democracia, é dar voz à população, é desatar os nós do funcionamento desse sistema.

    Eu pretendia investigar numa monografia essa correlação entre imprensa e corrupção, questionando se o papel do jornalismo era apenas divulgar a notícia negativa. À imprensa cabe também educar, dar ao povo ferramentas para que ele mesmo possa combater a podridão política. A meu ver, falta isso. Falta consciência aos jornalistas. Eles desconhecem seu próprio papel.

    À merda a notícia de buraco de rua. Abdiquei desse jornalismo, não é mais a minha pretensão.

    O que é preciso é formar bons jornalistas, para que se forme um povo mais consciente.

    É preciso também bons professores, os nossos são ruins.

    Ia falar outra coisa...esqueci.

    Compre o livro que lhe indiquei, você será um bom economista.

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